terça-feira, 26 de março de 2024

Como Tomar Decisões Racionais em Ambientes Incertos

 

 Prof. Dr. Leopoldino Vieira Neto, PhD.   
         Professor da Florida University USA

No mundo acelerado de hoje, somos frequentemente confrontados com decisões difíceis que acarretam um elevado nível de incerteza. Quer se trate de mudar para um novo país, iniciar um novo negócio ou investir numa nova oportunidade, o medo do desconhecido pode tornar a tomada de decisões um processo desafiante. Então, como podemos tomar decisões racionais em ambientes tão ambíguos? Vamos nos aprofundar na arte de tomar decisões sob incerteza.

O desafio da incerteza na tomada de decisões

Jonathan Melo apresenta-nos as complexidades da tomada de decisões em situações incertas. Ele apresenta cenários como o lançamento de um novo produto sem conhecer a aceitação do consumidor ou a decisão de perfurar petróleo sem certeza de sucesso. Estes exemplos realçam a necessidade de uma abordagem estruturada à tomada de decisões quando confrontados com resultados incertos.

Teoria da Tomada de Decisão

Melo enfatiza a importância da análise de decisão na avaliação de opções e na redução de incertezas. Ao explorar critérios como Maximin, Probabilidade Máxima e Regra de Decisão, os indivíduos podem avaliar riscos e recompensas para fazer escolhas informadas. Ele ilustra esses conceitos através da história de Jorginho, um jovem empresário que enfrenta uma decisão significativa sobre vender suas terras ou perfurar petróleo.

Analisando Critérios de Decisão

Utilizando o dilema de Jorginho como estudo de caso, Melo demonstra como diferentes critérios de decisão podem levar a recomendações contrastantes. Enquanto o critério Maximin sugere a venda do terreno com risco mínimo, o critério de Probabilidade Máxima aconselha o mesmo com base nas probabilidades iniciais. Por outro lado, o critério da Regra de Decisão recomenda a perfuração de petróleo com base em valores esperados.

Análise de Sensibilidade e Árvore de Decisão

Para refinar ainda mais o processo de tomada de decisão, a análise de sensibilidade é utilizada para avaliar o impacto das diferentes probabilidades na escolha ideal. Melo sugere que os tomadores de decisão considerem diferentes cenários e probabilidades para tomar decisões robustas. No próximo vídeo, será construída uma árvore de decisão para ajudar Jorginho a tomar uma decisão bem informada com base nos conhecimentos obtidos até agora.

Conclusão

À medida que navegamos pelas incertezas da vida, a adoção de uma abordagem estruturada para a tomada de decisões torna-se fundamental. Ao compreender vários critérios de decisão, realizar análises de sensibilidade e empregar ferramentas como árvores de decisão, os indivíduos podem melhorar a sua capacidade de fazer escolhas racionais mesmo face à ambiguidade. Fique ligado na próxima parte da análise para ver como a decisão de Jorginho se desenrola em um ambiente complexo de incerteza.

REFERENCIA

RAMOS,D.
Pentágono da Fraude
: a geometria do suborno e corrupção.Fábrica de Qualidade, 6 jul. 2021. Consultado na internet em: 29 ago.

RAMOS, D. Pentágono da Fraude: a geometria do suborno e corrupção. Fábrica de Qualidade, 6 jul. 2021. Consultado na internet em: 29 ago.2023. 

Teoria dos Jogos

 


Explorando a teoria dos jogos: o dilema dos prisioneiros e das decisões econômicas

No domínio da tomada de decisões e das interações estratégicas, a teoria dos jogos desempenha um papel crucial na compreensão da dinâmica das escolhas feitas em vários cenários interativos. Um dos conceitos fundamentais da teoria dos jogos é o dilema enfrentado pelos prisioneiros ao tomar decisões que impactam não apenas os seus resultados individuais, mas também os dos seus homólogos. Além disso, a aplicação da teoria dos jogos estende-se às decisões económicas, onde as empresas são confrontadas com escolhas estratégicas que podem maximizar os lucros ou levar a resultados abaixo do ideal.

Compreendendo a Teoria dos Jogos

A teoria dos jogos investiga o estudo da tomada de decisão em situações interativas, onde os indivíduos devem considerar não apenas as suas próprias escolhas, mas também as decisões dos outros envolvidos. Essa teoria, que encontra aplicações em diversos campos como xadrez, pôquer e simulações como a discutida aqui, baseia-se nos princípios da maximização do comportamento e da competição perfeita. Os jogadores pretendem tomar decisões que otimizem os seus objetivos, seja em termos de lucro, satisfação ou outros objetivos, tendo também em conta a racionalidade dos seus concorrentes.

O dilema dos prisioneiros: um exemplo de teoria dos jogos

O exemplo clássico do dilema dos prisioneiros ilustra as complexidades da tomada de decisões estratégicas quando confrontadas com incentivos conflitantes. Neste cenário, dois presos, A e B, devem escolher entre cooperar ou trair um ao outro, com os resultados influenciando as respectivas penas de prisão. Através de uma análise estratégica utilizando uma matriz de recompensa, torna-se evidente que a escolha racional de cada prisioneiro, guiada pela estratégia dominante de trair o outro, leva a um resultado subótimo conhecido como equilíbrio de Nash.

Aplicando a Teoria dos Jogos às Decisões Econômicas

No contexto da tomada de decisões económicas, a teoria dos jogos oferece insights sobre como as empresas navegam nas escolhas estratégicas para maximizar os seus lucros em ambientes competitivos. Ao considerar um cenário em que duas empresas devem decidir sobre o tamanho dos poços de petróleo a serem perfurados, os resultados dependem das estratégias adotadas por cada ator. Ao contrário do dilema dos prisioneiros, este jogo económico carece de uma estratégia dominante, exigindo que as empresas elaborem estratégias com base nas decisões dos seus concorrentes para alcançar um equilíbrio de Nash onde ambas as partes optimizam os seus resultados.

Limitações e aplicações do mundo real

Embora a teoria dos jogos forneça um quadro teórico para a análise de interações estratégicas, a sua aplicação a cenários do mundo real pode encontrar limitações devido às complexidades do comportamento humano e ao potencial para estratégias cooperativas para além dos cenários de jogos não cooperativos. Em situações práticas, como negociações económicas ou alocação de recursos, a dinâmica pode diferir dos modelos de jogo simplificados, enfatizando a necessidade de estratégias adaptativas e de comunicação para alcançar resultados mutuamente benéficos.

Em conclusão, a teoria dos jogos serve como uma ferramenta poderosa para a compreensão dos processos de tomada de decisão em ambientes interactivos, desde a intrincada dinâmica do dilema dos prisioneiros até às manobras estratégicas nas competições económicas. Ao explorar estes conceitos teóricos e as suas implicações práticas, indivíduos e organizações podem melhorar a sua perspicácia estratégica e navegar em cenários de decisão complexos com uma compreensão mais profunda dos princípios da teoria dos jogos.

REFERENCIA

D. Fudenberg and J. Tirole, Game Theory. Cambridge. MA: MIT Press, 2002.

G. Owen, Game Theory. Academic Press, 3rd edition, 2001.

M. J. Obsborne and A. Rubinstein, A course in game theory. MIT Press, 1994.

 Y. Luo, F. Szidarovszky, Y. Al-Nashif, and S. Hariri, “Game Theory Based Network Security,” Journal of Information Security, Vol. 1, pp. 41-44, 2010.


domingo, 24 de março de 2024

1. INTRODUÇÃO A TEORIA DA DECISÃO

 


Revelando a evolução da teoria da Revelando a evolução da Teoria da Decisão

                Prof. Dr. Leopoldino (Leovine) Vieira Neto, Ph.D. 

Nesta postagem do blog, nos aprofundaremos na fascinante jornada da Teoria da Decisão, explorando suas raízes, desenvolvimentos essenciais e o surgimento de princípios modernos que moldam a tomada de decisão racional. Desde os antigos filósofos gregos que ponderavam sobre decisões éticas até aos pioneiros da teoria das probabilidades e à era contemporânea orientada por axiomas, a Teoria da Decisão evoluiu significativamente, abrindo caminho para uma abordagem estruturada à tomada de decisões face à incerteza.


Insights Antigos: Fundamentos da Teoria da Decisão

O antigo período da Teoria da Decisão remonta ao cenário intelectual da Grécia antiga, onde reflexões filosóficas sobre a racionalidade e a tomada de decisões começaram a tomar forma. Apesar da falta de uma teoria formal da escolha racional, estudiosos gregos como Heródoto e Aristóteles lançaram as bases ao distinguir entre ações corretas e racionais, estabelecendo um precedente para deliberações éticas e a avaliação de escolhas baseadas no raciocínio lógico.

Fase pioneira: entre em probabilidade e utilidade

Fazendo a transição para a fase pioneira, a exploração da probabilidade e da utilidade marcou um momento crítico na evolução da Teoria da Decisão. A troca de cartas entre Pascal e Fermat, desencadeada pela pergunta de um nobre sobre jogos de azar, levou ao início da moderna teoria das probabilidades. Este período também viu o início do princípio da maximização do valor esperado, conforme elucidado na correspondência de Pascal e Fermat, e posteriormente cristalizado em obras como a "Lógica de Port-Royal".

Era Axiomática: Redefinição da Tomada de Decisão Racional

O advento da era Axiomática marcou o início de uma mudança de paradigma na Teoria da Decisão, caracterizada por uma formulação rigorosa de princípios que orientam a tomada de decisão racional. Os axiomas inovadores de Frank Ramsey sobre decisão sob incerteza lançaram as bases para a maximização do valor esperado, alinhando escolhas com resultados probabilísticos. Simultaneamente, os trabalhos de Von Neumann e Morgenstern foram pioneiros na aplicação da teoria da utilidade, enfatizando as preferências dos decisores através de um quadro sistemático de axiomas.

Epítome da Evolução: Fundações e Insights Modernos

À medida que a Teoria da Decisão avançava para a era moderna, estudiosos como Leonard Savage refinaram ainda mais os fundamentos axiomáticos da escolha racional, culminando numa compreensão abrangente dos processos de tomada de decisão. A década de 1950 emergiu como uma época de ouro para a Teoria da Decisão, com trabalhos seminais como "The Foundations of Statistics", de Leonard Savage, contribuindo para os fundamentos teóricos da maximização da utilidade e da tomada de decisão racional.

Preliminar

A jornada da Teoria da Decisão encapsula uma odisséia transformadora desde antigas investigações filosóficas até as estruturas orientadas por axiomas da moderna ciência da decisão. Ao sintetizar insights de probabilidade, teoria da utilidade e princípios axiomáticos, a Teoria da Decisão continua a moldar nossa compreensão da escolha racional e dos processos de tomada de decisão no cenário contemporâneo.

REFERENCIA

HARISON, E.F. e Pelletir, M.A. The Essence of Management Decision. Manegement Decision, 38, 462-469. 2000

SAVAGE. Leonard J. The Foundations of Statistcs. Wiley Publications in statistics 1956. NY.  DOI: https://doi.org/10.1086/287477